Perto
de minha casa “trabalha” um arrumador que tem especial interesse por colas para papel, sapatos, madeira ou vidro, mas a quem ninguém reconhece especiais dotes de bricolage.
O certo é que moro ali há
3 anos e o sacana continua a não me reconhecer. Já lhe disse para não me cravar
todas as vezes que me vê, vez nenhuma, já o ignorei descaradamente, corri com ele aos gritos e até dei a ocasional moeda, mas todas as vezes olha para mim como se me estivesse a ver pela primeira vez. O chato é que só descobri isto quando
um dia ao almoço lhe dei 2 euros e disse para não me cravar durante alguns dias.
Ao final da tarde ali estava ele novamente, sorridente e prestável - “venha,
venha”, coreografando gestos exuberantes que deve ter visto numa reportagem sobre
aeroportos, enquanto me via a raspar uma jante no passeio.
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