quarta-feira, 13 de março de 2013

Barclays negociou perdão na denúncia sobre cartelização na banca

In Público

Eu percebo que são necessários estímulos para que alguém denuncie algo em que também participou ou beneficiou, mas não é por isso que deixa de me custar a engolir. É lá aquilo de beneficiar o infrator.

Este caso, no entanto, incomoda-me particularmente porque mesmo que se venha a comprovar a tal cartelização, tenho poucas ou nenhumas expetativas de vir a ser ressarcido. Ou seja, já li que a multa pode ir até 10% do volume de negócios, mas não li que esses 10% revertem para mim que, afinal de contas, fui quem paguei as tais comissões e spreads

Por outro lado, não me sai o sabor amargo da boca por saber que caso a denuncia não tivesse partido da sede em Inglaterra do Barclays (que está num processo de depuração ética) nada acontecia. Se fosse eu ou outro gajo qualquer que chegasse à Autoridade da Concorrência e dissesse "desculpe, chegue aqui um instantinho, para lhe dizer uma coisa. A senhora (autoridade) não acha estranho que bancos com estruturas de custos e dimensões totalmente diferentes pratiquem preços idênticos ou similares, seja nos spreads ou comissões?", ficava tudo na mesma. Aliás, para os mais distraídos, as gasolineiras fazem exatamente o mesmo. Mais uma vez, estruturas e dimensões diferentes, lojas de posto totalmente diferentes e, no entanto, como que por magia, os preços são totalmente iguais, sincronizados ao minuto. Suponho que temos de esperar que alguém abra a boca.

1 comentário:

S* disse...

À banca tudo é perdoado... e isso revolta-me.