Há muito tempo que acredito que uma grande parte do ascendente, ou até mesmo poder, que os outros têm sobre nós é aquele que lhes queremos conceder. É claro que percebo estruturas sociais, como as hierarquias profissionais mas, mesmo aí, há os que são meramente submissos e os que conseguem conquistar o seu espaço e respeito. Pela minha parte, com um ou outro ajustamento, esta visão das relações aplica-se ao plano pessoal e profissional, mas também nas relações entre empresas, sociedades e países.
É por isso que me parece um bocado deprimente que Portugal e os restantes países periféricos ainda não tenham percebido qual o seu papel na (des)união europeia, que no fundo é o de desvalorizar o euro. Somos o contrapeso. No dia em que Portugal, Grécia, quem sabe Espanha, saírem do euro, a valorização do euro será tal, que de um dia para o outro a Alemanha acorda sem qualquer competitividade. Toda aquela altivez e ética de trabalho pretensiosa vai para o galheiro e os série três, classe c e A4 ficam nos parques de estacionamento das fábricas.
E se é para isso que lá estamos, para ser o parente pobre, que vive de sobras e esmolas, então é melhor perder de vez a vergonha na cara e voltar a exigir os nossos apoios e subsídios, os mesmos que nos têm permitido manter alegremente num estado inconsciente de subdesenvolvimento, enquanto fazemos de conta que somos membros do primeiro mundo.
E se é para isso que lá estamos, para ser o parente pobre, que vive de sobras e esmolas, então é melhor perder de vez a vergonha na cara e voltar a exigir os nossos apoios e subsídios, os mesmos que nos têm permitido manter alegremente num estado inconsciente de subdesenvolvimento, enquanto fazemos de conta que somos membros do primeiro mundo.
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