Sobre o orçamento do estado 2014, a única coisa que consegui registar foi que se trabalhasse na função pública era gajo para estar um bocadinho irritado e que não será de surpreender se começarem a acontecer aquelas episódios tipicamente americanos, em que um tipo que trabalha nos correios, de quem todos dizem ser just a regular guy, com cinquenta anos, ainda virgem e a viver com a mãe, que não fala com nenhum colega a não ser com uma espécie de grunhidos e sem nunca olhar para os olhos de ninguém, há trinta anos que durante a hora de almoço só lê livros sobre o juízo final e sempre que alguém se aproxima da sua secretária está a ver sites sobre guerrilha urbana, que fecha rapidamente, passando para uma proteção de ecrã com uma imagem da estação de correios a explodir e os dizeres you all must die. Dizia eu, aqueles episódios em que um dia, numa manhã como outra qualquer, um tipo entra na estação dos correios e começa a matar todos os colegas indiscriminadamente, seguindo-se o habitual suicide by cops. Obviamente, tratando-se de Portugal e não obstante os trinta corpos ensanguentados cravejados de balas e espalhados pelo caminho que o alegado homicida fez de casa até ao local do alegado crime, a polícia só chegará meia hora depois de tudo terminado, não indo a tempo de o prender, até porque o alegado homicida entretanto se fartou de esperar e dirigiu-se à esquadra mais próxima para se entregar, o que já é tipicamente português, e está calmamente a conversar com dois transeuntes à porta, enquanto aguarda que os polícias regressem.
1 comentário:
Um bocadinho irritado é muito pouco Indignado, é como me sinto. E roubado. Esse quadro que pintas era muito interessante em pleno conselho de ministros ( um sorriso). Que rico espetáculo.
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