Em setembro tive umas férias do caraças, ou pelo menos,
mesmo com um ou outro incidente, é assim que as recordo, o que vai dar ao
mesmo, porque o que se leva desta vida, dizem, são as recordações, se bem que
ninguém possa ter a certeza, porque ninguém viveu para contar, tirando o
Gabriel Garcia Marquez, que mesmo assim só escreveu o primeiro volume, de que
gostei muito, sim senhor, e me lembra que tenho de comprar um tablet, porque já
não há pachorra para segurar calhamaços de 600 páginas, a não ser que seja “A
verdade sobre o caso Harry Quebert”, que é um livro do caraças, o primeiro que
li em que de volta e meia baixava o livro e dizia “ isto é do caraças”, o que
me faz lembrar as férias, que estava eu a dizer, foram inesquecíveis, não que a
coisa tivesse sido planeado, porque à partida até estávamos para ir para Istambul,
mas lá para junho começamos a achar que a animação noturna estava ao nível das
manifestações à frente da assembleia da república e que se era para isso, então
íamos para fora cá dentro, mas pelos vistos há mais de um ano que não fazíamos
viagens a cidades, vai daí fomos parar a Florença, que sim é uma cidade muito
bonita, com os melhores gelados do mundo e os melhores paquetes de hotel a
arrombar malas de quem se esqueceu da chave no chão do hall, em casa, no
Porto, onde não fazem tanta falta, porque temos armários cheios de roupa, que diga-se
até é fácil de comprar em Florença, porque tem lojas de todas as marcas de
alta-costura, o que me deixou a pensar se haverá assim tantos turistas a
comprar roupa no estrangeiro, mas, em retrospetiva, se calhar devia era ter
pensado se haverá assim tanta gente a esquecer-se da chave da mala em casa,
porque o paquete nem pestanejou ao abri-la, enquanto nós respirávamos fundo e
chorávamos de alegria e emoção, quase tanta como a que se tem a olhar para a
cidade do alto do Duomo ou a partir do outro lado do rio, vistas só comparáveis
à paisagem provincial, com os montes e vales cobertos por campos, aqui e ali
polvilhados por ciprestes e uma ou outra villa, cortados por estradas sinuosas que
nos levam a sítios inesquecíveis, como estas férias que, já nem sei se vos
disse, foram do caraças.
7 comentários:
Pelo sim pelo não vou começar a viajar sempre com um ferro fininho.... aliás, pelo sim pelo não eu devia era viajar sempre com a chave da mala mas como tal não acontece, ferros fininhos e paquetes matreiros e a coisa corre lindamente.
Como o anónimo do comentário anterior deve ser a tal pessoa que se esqueceu das chaves em casa eu acho que ainda não te esqueceste e este post é uma indirecta subtil. Ainda bem que as férias foram do caraças.
Subtil?
Até eu fiquei acelerada só de ler o post! Acho que estás a precisar de férias novamente, férias das férias... ou isso, ou menos cafeína!
Férias, definitivamente outras férias iguais a estas ;)
Ufffffffffffffffff, finalmente um ponto final, no fim !
Vê-se, ou lê-se que as férias foram de truz e que vens maravilhado e na pirisca ! :)
Amei Florença :)
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