Ok, eu percebo. A pirotecnia é uma arte milenar e se em 1950 na América já havia cinemas drive in, por cá, em pleno século XXI, a malta continua a ir às festas populares para ver cantar os palermas do costume, com duas gajas meias despidas aos saltos em coreografias inenarráveis, enquanto são presenteados com versos mais ou menos ordinários, que fazem a delícia dos mais velhos quando no dia seguinte são debitados pelos netos de três ou quatro anos. Tudo bem, o povo tem de ser entretido e nada melhor do que fechar a festa com um fogo de artifício.
Eu, que tenho o prazer de viver junto ao Rio Douro, a meio caminho entre a Ribeira e a Foz, sábado à noite fui brindado pelo segundo fogo de artifício em menos de uma semana. O primeiro em honra do S. João, já este, do S. Pedro. Um a zero para o S. Pedro, que é como quem diz, um a zero para a junta de freguesia da Afurada, que pelos vistos tem um orçamento maior do que a câmara do Porto, que este ano optou pela quantidade em detrimento da qualidade (o raio do fogo durou quinze minutos, ao estilo, olha parece que vai ali outro).
Bem, o que interessa é que no sábado a coisa foi em estilo e eu, que nem sou apreciador da "arte", lá estive à janela a assistir à coisa. Acontece é que domingo resolvemos ir dar um passeio a pé ao final da tarde, mas começamos a estranhar a quantidade de gente que se acumulava nas margens do Porto e Afurada. Descartei de imediato a possibilidade de já se estarem a posicionar para novo espetáculo noturno, muito menos diurno. Suponho que foi um erro de fé, levado pela crença que ninguém seria tão estúpido para ficar a assistir durante quinze minutos a um espetáculo, desta feita de foguetes, que se resumem a estampidos ensurdecedores. Enganei-me. Ah, no fim bateram palminhas, suponho que no mesmo espírito das aterragens dos voos charters.
2 comentários:
Tem que se entreter o povo com qualquer coisa mas sempre fiquei parvo como se pode gostar de foguetes e qual o interesse que isso tem para uma festa.Perto da casa dos meus sogros houve uma festa de s. Pedro este fim de semana e não sei se havia mais alguma coisa mas foguetes e um cheiro insuportável ás farturas foi coisinha que não faltou. Felizmente a Vitória é dorminhoca, ou ainda não ouve bem, caso contrário já tinha dado um tiro ao homem dos foguetes.Vai daí, no meio daquela barulheira ninguém ia distinguir o som.
Isso vai pá?
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