Em 1996 passei uma semana na República Dominicana, da qual poucas recordações tenho, já que por coincidência, também era a viagem de finalista.
Tenho vaga memória de quase nada:
- uma viagem de Santo Domingo para Puerto Plata, por uma estrada que serpenteava por vegetação luxuriante;
- à face dessa mesma estrada, todas as casas tinham grades nas janelas e varandas;
- as mesmíssimas casas pareciam estar cravejadas por buracos de bala;
(estes pontos, talvez não tanto a vegetação luxuriante, de algum modo fizeram-nos desejar a presença de escolta policial)
- no hotel tive o primeiro contacto com o conceito de tudo incluído - uma pulseira com poderes mágicos que me dava acesso a todas as bebidas que conseguisse absorver;
- finalmente, um almoço numa Pizza Hut de Santo Domingo. Este almoço ficou registado pela particularidade, aos olhos de um quase gestor, de existirem funcionários com tarefas bastante específicas... quando digo específicas quero dizer: um tipo para pôr colheres, outro facas, outro garfos, um para servir água, outro para colocar o prato, mais um para os recolher (que não sei se era o dos talheres), etc., etc...
Foi pois com tristeza que constatei na visita recente a esse país extraordinário, que todos estes postos de trabalho foram eliminados, por pressão do porco e opressor capitalista... Agora, o desgraçado que colocava as colheres, também tem de pôr os outros talheres, os copos e os pratos. O tipo da água, também serve Coca-Cola e Sprite. E tenho a certeza que quem recolhia os pratos, também levou os talheres e os copos, que é para não se estar a armar em parvo.
Se eu quisesse inventar uma metáfora melhor, não conseguiria. Mas, infelizmente, quem eu gostava que lesse isto não o vai fazer e também nunca há-de chegar o dia em que um sindicato em vez de organizar uma greve, pelo contrário, organiza jornadas de trabalho ao domingo para ajudar a empresa a ultrapassar dificuldades.
E é só isto, agora vou ali ver se o jardineiro podou as sebes como mandei e dar instruções à cozinheira para o almoço (#$%#$%&, o motorista deixou o carro ao sol).
8 comentários:
Voltou o "contestatário"!! Bem vindo!Os outros já emigraram, mas é pois o que eles ganham é uma miséria. Se fosse a si despedia o motorista, JÁ!
JPG
Isso de promover o despedimento de proletariado nesta conjuntura é muito pouco solidário.
Para a próxima é melhor passar férias nos USA.
Queria que o Leonel Fernandez lesse o seu blog?
Ah,ah,ah...
Maurício Briote
Humm! Obviamente uma tentativa falhada de ironia.
É extraordinário o que esforço que a República Dominicana faz para desenvolver e explorar os seus melhores recursos, o mar, a paisagem, o sol e o desenvolvimento económico dos últimos 16 anos, não obstante enormes desigualdades.
É ainda mais extraordinário, quando o fazem ao som do Merengue... que raio de música!
Já os portugueses, contentam-se em reivindicar... sabe-se lá o quê.
O turismo na República Dominicana gera receitas de mais de US$ 1000 milhões por ano. As remessas de dominicanos que vivem nos Estados Unidos estimam-se em US$ 1500 milhões por ano. No entanto, o desemprego, a corrupção e o serviço de abastecimento de energia elétrica permanece como grandes desafios para o país. Há também uma "acentuada desigualdade de renda".E não sou eu que o digo é a wikipédia.E se os Portugueses reivindicam é porque têm necessidade e esse direito. Por enquanto...
Tem toda a razão Pedro. Ainda de acordo com a Wikipedia, versão em inglês, a RD é a segunda maior economia da América Central/Caraíbas e até 2007 tinha taxas de crescimento do PIB próximas dos 10% (entretanto diminuíram).
Bom, mas isto é um blog, não uma peça jornalística e de qualquer modo não estou a defender que a RD é um paraíso económico e exemplo de igualdade social - para isso temos obviamente a ...
Não têm mais nada que falar? Política? Depois dumas férias nesse paraíso e pelo que li bem acompanhado (?).Tenham dó!
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