Como sou um gajo previdente, em tempos iniciei um PPR. A coisa durou três anos, até perceber que, mesmo considerando o benefício fiscal, não era preciso esforçar-me muito para conseguir melhores rentabilidades se fosse eu a aplicar o dinheiro. E esta história até podia ter sido muito bonita e acabar aqui, não fosse o crash de 2007, que mandou essa linda teoria para o galheiro, juntamente com a rentabilidade. De qualquer modo, não meti lá nem mais um tostão, nem consegui reaver o que já lá estava enterrado.
Foi pois com expetativa que comecei a ver as primeiras notícias sobre resgates de PPR sem penalizações, embora percebesse de imediato que as gestoras de fundos não iam encarar de bom grado a debandada geral. É que tal como eu, certamente haverá muito mais pessoas fartas das rentabilidades miseráveis, porque afinal quem alimentava a máquina era o estado, ao abdicar de impostos, enquanto as gestoras de fundos sacavam as sacramentais comissões.
E se no meu caso a legitimidade para resgatar o PPR até será no mínimo duvidosa, para outros tal poderá ser urgente e indispensável. O engraçado, ou se calhar não, é que não obstante legislação publicada a 1 de janeiro de 2013, os bancos, com aparente impunidade, pura e simplesmente estão a recusar-se a acatar as instruções de resgate dos Clientes. Reconheço no entanto o inegável humor ao argumentarem que o fazem para nossa proteção.
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