segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Semedo acusa Governo de fazer declaração de guerra aos portugueses

In Público

Tenho a leve suspeita que para além de mim, ainda devem andar por aí muitos portugueses que não deixam de esboçar um sorriso quando se fala da crise. Não que para mim esteja tudo na mesma, porque obviamente também senti a subida de impostos e vejo o futuro com alguma apreensão, mas para já, daqui donde escrevo, vive-se melhor do que nos últimos anos do Sócrates.

Quando a banca foi para o galheiro e com ela o financiamento das famílias, tive a certeza que o consumo ia cair a pique, levando atrás os preços, que isto das leis económicas, no caso a da oferta e da procura, são tão naturais como a água e não precisam de nenhuma policia ou tribunal para serem aplicadas. E foi isso mesmo que aconteceu, em especial no último ano, tanto nos preços base, como através de promoções ao estilo, o senhor é o primeiro Cliente a entrar na loja com o seu número de cartão de cidadão. Hoje estive a limpar o spam do email e as oportunidades que aparecem são extraordinárias, tanto na roupa, como na eletrónica e eletrodomésticos, até aos restaurantes, viagens ou carros.

Mas se os preços são interessantes, verdadeiramente revolucionário é a mudança na  qualidade de serviço, lá aquela coisa do compre qualquer coisa e por favor volte cá o quanto antes, que em Portugal foi sempre pouco melhor que miserável. Aparentemente foi necessária esta crise para a maior parte dos empregados, seja do que for, finalmente perceberem que o patrão é o Cliente e não dono e que sem Clientes não há salário. É que pelo meu lado, que até nem sou de me deixar impressionar pela falta de educação e não me atrapalho para deixar claro o que pretendo, já andava farto de ter de desmistificar a ideia que não me estavam a fazer um favor por me atenderem.

Se eu fosse mais inocente, era gajo para acreditar que alguma coisa de bom ficaria desta crise, mas a experiência diz-me que mal isto alivie volta tudo à primeira forma, que no fundo é o que fazemos desde mil quinhentos e picos, viver à custa do que não temos e armar em mais importante do que o que somos.


1 comentário:

Maat disse...

toda essa teoria de os funcionários serem mais simpáticos com os clientes cai por terra se fores atendido por funcionários que estão prestes a serem despedidos porque o sítio onde trabalham vai fechar.
como aconteceu comigo numa incursão à pixmania, 2 ou 3 dias antes de fechar. poça, só lhe faltava ir buscar uma vassoura pra me expulsar da loja.