Genericamente e porque é fácil falar para quem está de fora, em tempos considerei que o suicídio era uma saída cobarde para os problemas da vida.
Com a idade, não veio propriamente a maturidade, mas sempre ganhei algum bom senso para compreender que há vidas que efetivamente não valem a pena ser vividas, especialmente quando não só são insuportáveis, como não há qualquer esperança de dias melhores. E para estas vidas, aceitar que deixar de existir, sentir, sofrer enquanto se espera, é a melhor opção, decidir os termos em que se quer morrer, é talvez o ato de maior coragem.
Com a idade, não veio propriamente a maturidade, mas sempre ganhei algum bom senso para compreender que há vidas que efetivamente não valem a pena ser vividas, especialmente quando não só são insuportáveis, como não há qualquer esperança de dias melhores. E para estas vidas, aceitar que deixar de existir, sentir, sofrer enquanto se espera, é a melhor opção, decidir os termos em que se quer morrer, é talvez o ato de maior coragem.
14 comentários:
Mas será coragem os cegos que escolheram morrer, ou cegos que tentam todos os dias viver uma vida melhor, lutam e adaptam-se diariamente à sua nova condição?
Quem diz cegos diz outra coisa. E não estou a julgar, porque não sou ninguém para julgar, só quem passa pelas situações é que sabe da sua dor. É apenas uma questão!
Porque acho um bocado injusto para aqueles que optam por cá ficar e lutar, chamar "acto de maior coragem" a quem opta por desistir (?).
Não sei se é ato de coragem ou não mas devia ser uma escolha e uma opção pessoal de viver(neste caso será vida quem não ouve e portanto também pouco ou nada fala e não vê)ou não.
Sílvia, leste a notícia? De qualquer forma, cada um saberá de si.
Não, não li a notícia. Estava a perguntar o porquê da tua opinião de achares o maior acto de coragem o suicidio, visto no inico teres falado disso: "em tempos considerei que o suicídio era uma saída cobarde" e depois teres dito que já achas o "maio acto de coragem"... deduzi, pelas tuas palavras que te referias ao geral e não a este acto específico, visto teres generalizado!!
Li e agora e não vejo como responderá à pergunta que te fiz no inicio.
E sinceramente depois de ler achei ainda mais estúpida a situação,"Só no hospital universitário de Bruxelas é que os médicos aceitaram que a perspetiva de viver sem se poderem ver era motivo legítimo para desejar morrer.", eles não estavam fisicamente a sofrer apenas quiseram morrer por não se puderem ver?! Se a coisa pega moda!!
Mas como dizes, cada um sabe de si.
Anónimo, mas isso já é uma escolha de cada um, viver ou não. Suicidam-se imensas pessoas diariamente.
Mas não me parece lógico, por exemplo, alguém que sofra um grande desgosto amoroso, querer morrer (como acontece, não estou a mandar bocas para o ar) e ir ao hospital pedir para o matarem por esse motivo! Também é sofrimento, se calhar maior do que a dos irmãos, afinal a dor é relativa.
A eutanásia é uma coisa diferente, que tem que ser usada com precaução e isso sim, aqui, que não é legal, deve ser repensado.
É a minha opinião e sim, é genérica. Quanto ao caso concreto, efetivamente acho que não ia gostar de viver isolado do mundo, surdo e cego, ou seja, sem qualquer capacidade de interação que não a táctil.
Estás muito agressiva pá... vou começar a responder-te à letra.
Oh Sílvia, onde anda a sua maturidade?
E alguém em pleno juizo vai querer morrer por um desgosto de amor? Isso era nos romances do Camilo, Sílvia.
RCA, eutanásia não é o mesmo que suicídio. Falando em doentes terminais, um caso que infelizmente vivi de perto, todos gostariam de viver mais e amam a vida. Quando pedem eutanásia, não é porque desejem necessariamente morrer. Viver queriam eles. Tal como os cegos surdos dessa história, com outras doenças ainda por cima, quereriam ser tão saudáveis e amar a vida como ali a saudável e radiante Sílvia que está preocupada com "a moda pegar".
além do mais, o tipo que tem o desgosto de amor pode atirar-se de uma ponte, os cegos surdos provavelmente estão incapacitados de fazer esse tipo de proezas. Sem ironia, estar "obrigado" a sofrer sem poder escolher não-sofrer, agrava muito o sofrimento.
e também sei que muitas vezes encarar de frente a hipótese do suicídio em determinados momentos da vida, muito difíceis e angustiantes, é excelente para perceber que se quer viver. Porque se queremos viver, então não temos nada que continuar a atrofiar, depressivos. Mas é bom sentir que estamos vivos porque escolhemos e não porque não temos outro remédio.
Gado pah, não tou nada muito agressiva! Sabes que escrito não consegues perceber o meu tom, que não é agressivo! É fofinho e querido, ou queres que parta já para a porrada??!!!!
Era uma questão simples, porque já achas-te que era falta de coragem o suicidio, e agora que era a maior coragem. E eu apenas achei exagerado isso, acho mais corajoso quem fica e luta, e achei injusta a tua afirmação para quem faz isso. Só isso.
Mas a tua opinião respeito-a, estava apenas a discutir o assunto. Sem agressividade!!
Quanto ao suicidio em si, cada um é livre de fazer o que quer. Respeito a decisdão de cada um. E acho que só quando se passa pelas coisas é que sabemos como reagimos.
Mas lá está, sem saber como eu reagiria, acho mais corajoso os cegos e surdos que optam por tentar ter uma vida normal, do que quem desiste.
Quanto àqules que se me dirigiram, como o da "maturidade", do "camilo" e da "radiosa Sílvia" (é bonito, combina comigo!), eu trabalho na área da saúde, sei o que são depressões, e doenças do foro psicológico e mental, já vi muitas situações de suicidio (algumas por desgosto amoroso, sim. Embora haja quem pense que tal não existe! As pessoas devem andar mais na rua, nos hospitais, ofereçam-se como voluntários. E vão ver coisas que nunca imaginaram existir, sério!).
E tal como o Tolan disse suicidio e eutanasia são coisas diferenetes.
Eu não sei porque ficaram chateados, eu não julguei a atitude dos gemeos, como disse cada um sabe da sua dor. Da mesma forma que ninguém pode julgar a dor dum desgosot amoroso, ou de outra coisa qualquer.
Eu apenas não acho bem isso ser eutanásia, que deve ser uma coisa diferente de suicidio, é só isso.
Já agora, quanto a morrer por amor, peço desculpa às autoras por envolver o blog em questão, mas deviam ler: http://monissimasblog.blogspot.pt/2013/01/o-luis.html
E Gado, cutxi cutxi!! Já fizemos as pazes?!! :)
Tolan, suponho que, com o avanço da medicina, torna-se cada vez mais importante a discussão, não só da degradação física terminal, mas do sofrimento físico e psicológico continuado.
Por exemplo o caso extremo dos doentes vegetativos ou dos tetraplégicos. A mim sempre me fez confusão a vida presa dentro de um corpo totalmente incapaz para tudo o que não seja o suporte da própria vida (paradoxalmente, ando de mota). Nestes casos a fronteira entre a eutanásia e o suicídio assistido parece-me muito ténue.
Sílvia, no caso concreto destes gémeos, mais do que a degradação da qualidade de vida para níveis que considero muito baixos, há o sofrimento psicológico e parece-me bastante significativo que duas pessoas, mesmo supondo que um deles fosse dominante sobre o outro, tomassem a mesma decisão.
"os cegos e surdos optem por ter uma vida normal". Sílvia, como é que eles podem ter um vida normal nem que quisessem optar? Se há alguém que se suicida por um desgosto amoroso esse alguém tem que ter uma doença psiquiátrica grave pois então que seria dum pai/mãe que perde um filho? Haverá desgosto maior?
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