No caso das mulheres, o mal é não
perceberem que os homens são, basicamente, pavões. E não quero com isto dizer
que somos todos uma cambada de bichas histéricas, sempre a dizer alto,
enrolando a língua, “ó melher”, enquanto dobramos o braço e estendemos a mão
virada para cima, com uma pochete a tiracolo. Dizia eu, somos pavões, porque,
quando queremos conquistar uma mulher, não olhamos a meios para chamar a
atenção e captar o interesse. Vai daí, abrimos em leque todas as penas, numa
tentativa de ofuscar a concorrência e o que quer que esteja à volta. Ele é
interesse por tudo o que ela diga, faça ou suspire, perguntas sobre o dia, o
trabalho, a família, os vizinhos, o cão, gato, periquito e o que mais houver.
São convites em série para jantar nos restaurantes da moda, engalanados com as
melhores roupinhas e com pontualidade irrepreensível. A cereja no topo do bolo
são, obviamente, as respostas a todas as mensagens e os telefonemas atendidos
ao primeiro toque. Tudo isto iluminado por uma constante alegria de viver, que
enjoa quem quer que passe por perto.
Mas quem é que no perfeito juízo
acredita que um gajo, qualquer gajo que seja, mesmo que aposte a vida nisso, consegue manter
o ritmo dias e dias a fio, sem quebrar ou falhar? Nem que seja por motivos
práticos, porque, salvo a estatisticamente improvável hipótese de se tratar do
herdeiro de uma grande fortuna, é previsível que o tipo tenha de trabalhar e
certamente terá um orçamento finito.
Elas pagam na mesma moeda.
Superproduções, nem que seja só para tomar um café na esquina, interesse por
carros, motas, futebol, bilhar, sameirinha, berlinde, corridas de pigmeus
montados em tartarugas, o que quer que seja para deixar a mensagem “sim, eu
partilho os teus interesses". Pontualidade também irrepreensível, entenda-se
cinco minutos de espera, que é para o gajo não pensar que estava colada à porta
e um sorriso de orelha a orelha, ao vivo, ao telefone ou por mensagem. Sim,
está tudo perfeito, o mundo é cor de rosa.
Qualquer imbecil que saiba somar
um mais um, consegue perceber que o guarda roupa dela é finito e que lá para o,
digamos, sexagésimo encontro, é previsível que a roupa se comece a repetir. Mas
não, lá começa a malta a embirrar que antigamente é que era e que agora ela já
não se preocupa puto com o que veste. E é só a ponta do icebergue, porque
depois começam as tangas com a alimentação, estás mais gorda, mais magra e isto
e aquilo.
Convém lembrar que esta treta toda começou com os gajos a ir à
caça e elas a tomar conta do estaminé. Ele provia, ela organizava. Só no século XX é que se verificaram
alterações significativas dos papéis do homem e da mulher na sociedade, com repercussões na forma como racionalizamos as relações, mas não
necessariamente as sentimos, muito menos as intuímos. Quem acreditar que basta
um século para mudar mecanismos emocionais e comportamentais desenvolvidos ao
longo de milhões de anos está a preparar-se para uma desilusão. O que procuramos não é necessariamente o que precisamos e o que estamos disponíveis para dar não é necessariamente o que devíamos. E é assim que se instala a confusão, porque ninguém sabe o seu papel e anda tudo à procura de príncipes e princesas que, obviamente, se não quisermos ver, não existem. É lá aquela coisa da "bondade nos olhos de quem vê".
5 comentários:
Mas... mas... eu que até sei os melhores capacetes japoneses, americanos, portugueses, os materiais de que são feitos e a pontuação nos testes de impacto?? Que injustiça!
(e há que repor a verdade nesta chafarica e dizer que o dono deste post mentiu. Eu nunca fingi gostar de sameirinha. Sobretudo porque nãos ei do que se trata. E tenho dito!)
Tão bonitinha!
;))
actualmente, passado 3 dias de trocas de palavras via facebook já estão a namorar.
Oh tu aí de cima, tu não devias chamar-te Super Sónia mas supersonic. Isso pode ser para os putos. E vocês dois aproveitam para namorar via blog. gostei. continuem.
Enviar um comentário