Bom, eu já tinha avisado que isto com o PSD ia ser rápido. É que tem mesmo de ser rápido, antes que a malta se passe de vez e pegue fogo ao país. Aquilo é gente que acredita no capitalismo e na regulação pelo mercado, especialmente se o mercado estiver de tal modo lixado que a mão de obra já nem sabe para onde se virar e agradece qualquer migalha que lhe atirem para as mãos. Para estes gajos a coisa divide-se entre tirar da esfera do estado qualquer empresa ou ativo de onde ainda seja possível espremer algum lucro e criar as condições necessárias para que aquilo que já está nas mãos dos privados (quando eu digo mãos não imaginem muitas, porque no máximo devem ser dez a vinte pares) possa ser explorado ao limite.
O que agora estamos a viver lembra-me a segunda Guerra do Golfo, onde a estratégia dos EUA passou por uma coisa que designavam por shock and awe, que pode traduzir-se para "domínio rápido" através de poder avassalador. No nosso caso, o pretexto de uma crise económica confere ao governo, escudado em entidades transnacionais, o poder avassalador para fazer o povo em merda. Para o desapropriar de tudo o que ganha a trabalhar e drenar as suas poupanças. Para destruir o estado social, retirando as proteções na necessidade e privatizando a saúde e a educação, dois serviços fundamentais e de lucro imediato. Por fim, num golpe sem misericórdia, para acabar em pouco mais de um ano com a segurança do emprego, transformando em quase nada a indemnização por despedimento.
E assim, em ano e meio, este governo atira portugal definitivamente para a cauda da Europa, povoado por mão de obra desprotegida e desesperada, disponível para ser esmifrada sem pudor, alugada por uma códea de pão. Certamente em breve estaremos a falar da semana de 40 horas de trabalho, em nome da competitividade do país, que é como quem diz das empresas detidas pelos tais dez ou vinte pares de mãos. Está bom de ver, a competividade com a China.
4 comentários:
nem devia ter lido este post. estas notícias deixam indisposta. nem sei o que dizer, senão o do costume: era enfiar-lhes a todos um pau no cu, meter-lhes os pés num bloco em cimento e atirá-los pro fundo do mar.
...e nem digam que vêm daqui!
Um dia é da caça, outro do caçador...aguardemos.
Isto é mesmo preocupante mas a maioria ainda não interiorizou o estado que temos e o estado em que estamos e vamos ficar.
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