sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Presidente da Google orgulhoso da fuga aos impostos

In Expresso
"chama-se capitalismo", declarou Eric Schmidt
Vamos por partes. O gajo que disse a alarvidade é o tipo da fotografia em cima. É verdade, o tipo é rico como o caraças, mas em contrapartida tem aquela tromba.

Agora ao que interessa. Na Inglaterra, país claramente civilizado ou não se tivesse baldado à tanga da moeda única, mas beneficiando de todas as vantagens do mercado único, nomeadamente aquela coisa da livre circulação de pessoas e bens, parece que as coisas também não estão a correr lá muito bem e as notícias são de recessão e austeridade. Acontece é que, sendo um país civilizado, aquilo é povo que não aceita muito bem más notícias e tem tendência para partir montras, pegar fogo a carros e, proporcionando-se a ocasião, acertar o passo ao príncipe herdeiro. Vai daí, quando o governo começou a ver que isto de ter de dar demasiadas más notícias ao povo não ia parar tão cedo, alguém resolveu pegar numa calculadora e descobriu que a fuga aos impostos por multinacionais como a Google, Amazon e Starbucks ascendem a milhares de milhões de dólares. 

Note-se que a coisa é legal, por coisa refiro-me aos paraísos fiscais, mas é, digamos, moralmente duvidosa. É que para um país funcionar é necessário financiar a educação, a saúde, os sistemas de segurança social, todos os serviços e infraestruturas públicas, o que na ausência de poços de petróleo normalmente se faz pela cobrança de impostos e taxas. Estranhamente, finalmente chegou-se à conclusão que uma empresa para funcionar e gerar rendimento num país, onde quer que seja a sede, tem de utilizar as estradas e restantes infraestruturas para fazer circular os bens e prestar os serviços aos Clientes. Os funcionários, eles próprios necessitam deste suporte do estado, por exemplo na doença (medicina e baixas), segurança pública, etc. Há também aquela pequena questão da concorrência desleal com os pequenos negócios. Sendo assim e embora tenha demorado bastante tempo a chegar-se a esta conclusão, parece não haver nenhuma justificação para paraísos fiscais. Ou melhor, no caso da Inglaterra, que parece estar mesmo a ficar farta da palhaçada, preparam-se para se borrifarem para o estatuto fiscal de onde a empresa está sedeada e preparam-se para cobrar impostos sobre o rendimento gerado no pais. Na verdade e com jeito, estão mesmo a considerar a hipótese de fazê-lo com efeitos retroativos.

E é isto que faz um país civilizado. Já eu, está bom de ver, a reboque da necessidade, espero que a moda pegue pela Europa fora.

1 comentário:

Sílvia disse...

Eu costumo dizer (a amigas que lá vivem) que aquilo é um país de 3º mundo, devido à péssima ligação de internet e telefone que costumam ter (pelo menos com elas)!!
Mas realmente nesse aspecto, haviamos (os nossos governantes) de pôr os olhinhos nisso!!