Estou a ver uma reportagem sobre desemprego e está aqui um gajo, com o ar mais infeliz do mundo, a dizer que isto é duro e que a família é um apoio e que é muito novo para reformado e muito velho para não sei o quê e que o que mais o preocupa é o fim do subsídio de desemprego. E eu, que até sou um tipo sensível a estas coisas, já estava a embarcar na história. Pequeno detalhe, a dada altura diz "eu, quando estava no ativo nunca tirava fotografias nas férias. Este ano, tirei mais de 300 fotografias...".
No meio desta merda toda, com o país todo lixado, aumentos de impostos, cortes nas pensões, cortes na saúde e na educação, há gajos no desemprego que usam o subsídio para ir de férias? Mas nem assim a malta percebe que isto agora é a doer?
Ok, eu percebo, a reportagem era para mostrar as dificuldades que as pessoas estão a atravessar e com isso não se brinca. Mas porque não adotar uma abordagem pedagógica? O que é que impedia o jornalista de começar a insultar este tipo, sei lá "mas você é atrasado mental, deficiente, inimputável?"?
5 comentários:
A questão é que a malta habituou-se ao bem bom e ao gasto agora, penso depois, e quando se acaba a mama é um ver se te avias.
Há por aí muito boa gente que não gosta, nem está para, trabalhar.
Ainda ontem escrevi sobre isto. As pessoas vivem acima das suas possibilidades e acham que essa situação pode durar sempre, como se o mundo tivesse alguma obrigação de lhe dar emprego ou subsídios ou o caraças.
Não sei se a reportagem foi em directo, mas tenho em crer que a comunicação social faz de propósito (e bem) para mostrar o real estado da sociedade (neste caso portuguesa), vê-se muito disso. Como quando mostrar pessoas nos bairros sociais a dizer que vão ficar sem o rendimento mínimo e vão morrer à fome, e de seguida dão a imagem de umas quantas a fumar às varandas!!
É isso e aqueles que vivem em bairros de lata, a queixar-se que os quartos do apartamento de habitação social são muito pequenos... Por amor de Deus!
E aqueles que são chamados ao centro de emprego e recusam porque o trabalho fica a 20km de casa. Há que acabar com esta bandalheira mas com cuidado e não pagarem todos por alguns pois o desemprego cada vez está a aumentar mais e as pessoas descontaram anos para poderem receber o subsídio quando muitas queriam é estar empregadas. E quando são casais é assustador. Mas que há abusos há e temos (têm)que acabar quanto antes com eles.
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