terça-feira, 2 de outubro de 2012

Desemprego

Estou a ver uma reportagem sobre desemprego e está aqui um gajo, com o ar mais infeliz do mundo, a dizer que isto é duro e que a família é um apoio e que é muito novo para reformado e muito velho para não sei o quê e que o que mais o preocupa é o fim do subsídio de desemprego. E eu, que até sou um tipo sensível a estas coisas, já estava a embarcar na história. Pequeno detalhe, a dada altura diz "eu, quando estava no ativo nunca tirava fotografias nas férias. Este ano, tirei mais de 300 fotografias...".

No meio desta merda toda, com o país todo lixado, aumentos de impostos, cortes nas pensões, cortes na saúde e na educação, há gajos no desemprego que usam o subsídio para ir de férias? Mas nem assim a malta percebe que isto agora é a doer?

Ok, eu percebo, a reportagem era para mostrar as dificuldades que as pessoas estão a atravessar e com isso não se brinca. Mas porque não adotar uma abordagem pedagógica? O que é que impedia o jornalista de começar a insultar este tipo, sei lá "mas você é atrasado mental, deficiente, inimputável?"?

5 comentários:

Rosa Cueca disse...

A questão é que a malta habituou-se ao bem bom e ao gasto agora, penso depois, e quando se acaba a mama é um ver se te avias.
Há por aí muito boa gente que não gosta, nem está para, trabalhar.

kiss me disse...

Ainda ontem escrevi sobre isto. As pessoas vivem acima das suas possibilidades e acham que essa situação pode durar sempre, como se o mundo tivesse alguma obrigação de lhe dar emprego ou subsídios ou o caraças.

Sílvia disse...

Não sei se a reportagem foi em directo, mas tenho em crer que a comunicação social faz de propósito (e bem) para mostrar o real estado da sociedade (neste caso portuguesa), vê-se muito disso. Como quando mostrar pessoas nos bairros sociais a dizer que vão ficar sem o rendimento mínimo e vão morrer à fome, e de seguida dão a imagem de umas quantas a fumar às varandas!!

RCA disse...

É isso e aqueles que vivem em bairros de lata, a queixar-se que os quartos do apartamento de habitação social são muito pequenos... Por amor de Deus!

Marta disse...

E aqueles que são chamados ao centro de emprego e recusam porque o trabalho fica a 20km de casa. Há que acabar com esta bandalheira mas com cuidado e não pagarem todos por alguns pois o desemprego cada vez está a aumentar mais e as pessoas descontaram anos para poderem receber o subsídio quando muitas queriam é estar empregadas. E quando são casais é assustador. Mas que há abusos há e temos (têm)que acabar quanto antes com eles.