terça-feira, 30 de abril de 2013

E se de repente...

... ela disser “vou comer um iogurte, queres que te traga qualquer coisa?”, der um salto do sofá e começar a nadar bruços no ar em direção à cozinha.

O melhor do mundo são as crianças...

... mas um gajo fala com os amigos que têm filhos e a coisa é sempre ao estilo:
- Então isso vai?
- É pá, estou um bocado cansado, sabes como é.
- Não, não sei.
- O puto dá uma trabalheira, requer (requer, tipo manual de instruções de um eletrodoméstico) tanta atenção... (voz sumida).
- Mas não estás feliz?
- Estou, é espetacular, dá-nos tantas alegrias, mas... (voz sumida).

E é sempre este mas que lixa tudo! Mas o quê? Gostam ou não? Estão arrependidos? É por isso que resolvi fazer o senso definitivo sobre o assunto. Sendo assim, aqui fica a pergunta para os jovens pais ou em gestação: VALE A PENA? SIM OU NÃO?

(como não sei pôr aquelas porcarias para fazer inquéritos, gritem para o ecrã, ninguém liga aos resultados e vai dar à mesma coisa)

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Estava aqui a organizar papéis...

... e só agora me apercebi que não vale a pena estar com grande pressa para apresentar o IRS, porque este ano não há devoluções para ninguém!

Portugal, revisto e aumentado

Rigor orçamental vs austeridade ou competência vs incompetência


Para os que ainda não perceberam, o professor, que é como o presidente da república gosta de ser chamado, porque lá na terra, como em qualquer outra terra quando ele era miúdo, as referências de sucesso eram o professor exigente, o padre moralista e o presidente da junta que acreditava que o dever cumprido era uma fonte maior e uma praça com um coreto, é incompetente na ciência em que se formou, a economia. No entanto, corporizando estas três figuras de autoridade, o homem lá construiu a sua carreira política, à semelhança do presidente do conselho, que definiu esta bitola, não se lhe conhecendo qualquer capacidade de investimento ou multiplicação de riqueza se, obviamente, esquecermos a SLN.

Para os que têm memória mais curta, o presidente foi primeiro ministro de Portugal entre 1985 e 1995. Foi durante os seus mandatos que o país começou a ser inundado por fundos comunitários e se passou da fome para a abundância, literal e repentinamente, benesse que lhe permitiu dar largas ao presidente da junta que guardava dentro dele, com a chamada política do betão, ao abrigo da qual se começou a asfaltar e cimentar o país. Ele foi estradas, rotundas, barragens, o grande coreto dos jerónimos, tudo sustentado em investimento público. Será também nesta altura que se dá a maior vaga de enriquecimento ilícito em Portugal, a coberto de projetos de investimento fraudulentos, financiados por programas comunitários, tutelados, distribuídos e verificados pelo governo português.

Para os revisionistas da história, convém lembrar que foi sob governação deste indivíduo que Portugal, a troco de uma esmola, abdicou da sua autonomia alimentar, desmantelando a frota pesqueira e destruindo a capacidade agrícola. Não foi ele quem, para o bem ou para o mal, criou as condições e nos conduziu à moeda única, pois em 1995 o PSD é substituído na governação pelo PS, comandado pelo inenarrável António Guterres, num momento em que não obstante todos os apoios da comunidade europeia, o país atravessava uma crise de crescimento e desemprego, acompanhada de convulsões sociais, que culminou no buzinão da ponte salazar. Ato contínuo, perdeu as primeiras eleições a que se apresentou como candidato à presidência da república para Jorge Sampaio, em si mesmo um feito digno de nota. 

Para os mais céticos quanto à fé cega do povo neste homem, a coisa tem uma explicação bem simples. É igual ao amor que um cão tem pelo dono. Assim como os cães seguem quem quer que lhes dê de comer, foi ele quem assinou os primeiros cheques vindos de Bruxelas. Os mesmo cheques que permitiram a uma larga maioria sair da miséria, particularmente aqueles ligados às artes da construção, dando-lhes de comer, onde dormir e a possibilidade de porem os filhos a estudar, na esperança de uma vida melhor.  Ao estar no sítio certo à hora certa, recolheu os proveitos políticos da negociação feita por Mário Soares com os amigos franceses. Infelizmente limitou-se a dar o peixe, deitando todas as canas fora.

E é este homem que segura um governo medíocre e incapaz de ultrapassar o desafio que enfrentamos. Um homem que bem vistas as coisas não tem mais competência do que um contabilista ou se calhar um marçano, que também é capaz de gerir uma conta de deve e haver. Se lhe derem euros para gastar, ele gasta-os, se não derem, para tudo. Infelizmente, sobretudo para nós, a economia não funciona assim. O dinheiro que eu gasto é o rendimento de outros e vice-versa, sendo a partir desta troca que se produz riqueza. É este princípio básico de macroeconomia que está a ser violado sem pudor, condenando-nos a uma espiral recessiva que nos vai levar ao segundo resgate. E se o ministro das finanças não é mais do que um moço de recados que faz o que lhe  mandam, a este homem exigia-se bem mais.

sábado, 27 de abril de 2013

Ainda sobre a crise

Aqui há uns meses, o Mak fechava um post, de forma brilhante, dizendo que anda por aí muita malta a queixar-se da subida do preço do cloro para a piscina, um pouco na linha da história da família muito pobre: o pai era pobre, a mãe era pobre, o motorista, a cozinheira, o jardineiro e a lavadeira também eram pobres.

O post nunca me saiu da cabeça, não tanto pela questão do cloro, porque qualquer um sabe que isso causa alergias e as piscinas devem ser desinfetadas com oxigénio, mais porque claramente andam a poupar no aquecimento do balneário.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Afinal de contas...

... qual é a pena por insultar o presidente da república?


E, por exemplo, se alguém disser que parece atrasado mental, é um insulto? Afinal de contas há pessoas com dificuldades mentais que parecem normais. Por outro lado, há outros que parecem normais e são claramente retardados. Normalmente os indícios são a forma como falam e a expressão facial desajustada ao momento e emoções que estão a sentir... Não sei, ouvi dizer.

Estas penas são como as das cartas de condução, com infrações graves e muito graves? Pode só ficar pela multa? Hmmm...  De quanto é a multa?

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Para quando a reintrodução da pena de morte?

Quando eu pensava que já tinha visto tudo na estrada, hoje de tarde fui surpreendido com algo totalmente novo, em plena Avenida Brasil, na Foz do Porto. O trânsito estava todo encravado e, à medida que avançava, lá percebi por quê. Uma atrasada mental circulava a 10 Km/h, com os quatro piscas ligados, enquanto se deliciava com a paisagem da praia, completamente abstraída do caos que provocava atrás dela.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Das relações

O problema das relações relações entre homens e mulheres, para além do óbvio, uns são homens, outras são mulheres, está claramente nas expetativas.

No caso das mulheres, o mal é não perceberem que os homens são, basicamente, pavões. E não quero com isto dizer que somos todos uma cambada de bichas histéricas, sempre a dizer alto, enrolando a língua, “ó melher”, enquanto dobramos o braço e estendemos a mão virada para cima, com uma pochete a tiracolo. Dizia eu, somos pavões, porque, quando queremos conquistar uma mulher, não olhamos a meios para chamar a atenção e captar o interesse. Vai daí, abrimos em leque todas as penas, numa tentativa de ofuscar a concorrência e o que quer que esteja à volta. Ele é interesse por tudo o que ela diga, faça ou suspire, perguntas sobre o dia, o trabalho, a família, os vizinhos, o cão, gato, periquito e o que mais houver. São convites em série para jantar nos restaurantes da moda, engalanados com as melhores roupinhas e com pontualidade irrepreensível. A cereja no topo do bolo são, obviamente, as respostas a todas as mensagens e os telefonemas atendidos ao primeiro toque. Tudo isto iluminado por uma constante alegria de viver, que enjoa quem quer que passe por perto.

Mas quem é que no perfeito juízo acredita que um gajo, qualquer gajo que seja, mesmo que aposte a vida nisso, consegue manter o ritmo dias e dias a fio, sem quebrar ou falhar? Nem que seja por motivos práticos, porque, salvo a estatisticamente improvável hipótese de se tratar do herdeiro de uma grande fortuna, é previsível que o tipo tenha de trabalhar e certamente terá um orçamento finito.

Elas pagam na mesma moeda. Superproduções, nem que seja só para tomar um café na esquina, interesse por carros, motas, futebol, bilhar, sameirinha, berlinde, corridas de pigmeus montados em tartarugas, o que quer que seja para deixar a mensagem “sim, eu partilho os teus interesses". Pontualidade também irrepreensível, entenda-se cinco minutos de espera, que é para o gajo não pensar que estava colada à porta e um sorriso de orelha a orelha, ao vivo, ao telefone ou por mensagem. Sim, está tudo perfeito, o mundo é cor de rosa.

Qualquer imbecil que saiba somar um mais um, consegue perceber que o guarda roupa dela é finito e que lá para o, digamos, sexagésimo encontro, é previsível que a roupa se comece a repetir. Mas não, lá começa a malta a embirrar que antigamente é que era e que agora ela já não se preocupa puto com o que veste. E é só a ponta do icebergue, porque depois começam as tangas com a alimentação, estás mais gorda, mais magra e isto e aquilo.

Convém lembrar que esta treta toda começou com os gajos a ir à caça e elas a tomar conta do estaminé. Ele provia, ela organizava. Só no século XX é que se verificaram alterações significativas dos papéis do homem e da mulher na sociedade, com repercussões na forma como racionalizamos as relações, mas não necessariamente as sentimos, muito menos as intuímos. Quem acreditar que basta um século para mudar mecanismos emocionais e comportamentais desenvolvidos ao longo de milhões de anos está a preparar-se para uma desilusão. O que procuramos não é necessariamente o que precisamos e o que estamos disponíveis para dar não é necessariamente o que devíamos. E é assim que se instala a confusão, porque ninguém sabe o seu papel e anda tudo à procura de príncipes e princesas que, obviamente, se não quisermos ver, não existem. É lá aquela coisa da "bondade nos olhos de quem vê".

terça-feira, 23 de abril de 2013

Caixa Geral de Depósitos vai apoiar PME em mil milhões de euros

In Público

Pelos vistos parece que a brincadeira já passou dos limites e antes que a coisa não tenha volta, quem manda resolveu pôr-lhe um fim. Dia 17 de abril o Ricardo Salgado disse que "a austeridade é violenta e está a chegar ao limite". Seis dias depois, o governo começou a resolver o problema. 
E assim, num passe de mágica - quando um tipo associa magia à resolução de problemas económicos, só pode ser mau augúrio - resolve-se a violência de ninguém estar a pedir crédito aos bancos e atinge-se o limite de hipotecas que estes estavam disponíveis para executar.

Barroso: política de austeridade atingiu o limite

In Público

Espetacular. Depois de se demonstrar matematicamente que o modelo económico que fundamentava a política de austeridade estava errado, algo que a realidade já se tinha encarregue de fazer até à saciedade, com jeito a culpa por isto ter corrido mal ainda vai ser dos austerizados, porque não souberam aguentar calados. Passo a citar:

"... Durão Barroso considerou, em Bruxelas, que as políticas de austeridade não tiveram aceitação social, conduzindo a tensões na Europa. E "uma política que é apenas vista como austeridade é claro que não é sustentável", alertou...".

Percebo, estivemos mal! Obrigado pelo "alerta". É este nosso mau feitio, sabe! Suponho que se a malta tivesse aceite alegremente o desemprego, a perda de benefícios sociais, a destruição dos sistemas de saúde e escolares, a fome e a emigração, tudo tinha corrido melhor.

Em todo o caso, não estava à espera que os gregos e espanhóis fossem tão mansos. Os países estão arruinados financeira e economicamente, está demonstrado que as políticas estão erradas e, no entanto, não se passa nada. Qualquer coisa para os tipos perceberam que a malta não é descartável. E nem estou a pedir um golpe de estado ou uma revolução, seguida de guerra civil. Uma intentona que seja... Não? Uns tiros para o ar... Alguém?

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Merkel diz que países do euro devem estar preparados para ceder soberania

In Público

Eh pá!... Não estava nada à espera, fiquei mesmo surpreendido! Sempre demoraram sessenta anos a tentar outra vez. O que diz muito sobre a persistência desta gente, mas afinal de contas é má propaganda para a sua eficiência. O Hitler quase que conseguia fazer o mesmo em quatro anos e pelo meio ainda se meteu com a Rússia e o Norte de África.

O que eu não percebo é esta obsessão em mandar, que me parece um tudo nada primitiva. Como aqueles miúdos que são os donos da bola e querem decidir sempre quem é que joga. No fundo, revela é pouco bom senso. Ninguém no seu perfeito juízo quer mandar na Grécia, Itália, Espanha, Portugal ou Irlanda. E, no entanto, aqui estão estes palermas.

Bebé chinesa vai chamar-se "Nascida no dia do terramoto"

In Jornal de Notícias

Sempre é verdade, uma desgraça nunca vem só. Numa primeira análise e sem dedicar muita atenção a esta imbecilidade, sou levado a acreditar que é a primeira criança do casal, entre família e amigos também não haverá pequenada e não havia maneira de saberem que esta ideia peregrina lhes vai sair cara quando quiserem ralhar com a criatura ou simplesmente pedir-lhe para lhes chegar o comando de televisão.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

FBI divulga fotos e vídeo de dois suspeitos do atentado de Boston

In Público

E a pergunta que fica é: e agora? O que é que se faz com dois gajos que matam três pessoas e ferem dezenas de outras, com métodos terroristas. Para aqueles que já se habituaram, ou foram insensibilizados pela utilização da palavra, métodos para instigar terror sobre as populações civis. Entenda-se: medo de assistir a um evento público, medo de andar em transportes públicos, medo de tomar uma refeição num espaço público. Sim, o operador aqui é a palavra "público", que obviamente se aplica aos contextos onde ocorrem os atentados, mas também a quem assiste e vê a sua vida alterada para sempre, porque, de facto, nunca mais esquece. E é assim que passamos do estado de choque, que na maior parte dos casos é imediato ou tem uma duração definida, para o síndrome pós-traumático, vidas e sonhos desfeitos.

Em mim fica sempre a questão, não tanto a dúvida, sobre o que fazer em resposta. Sejam estes gajos ocidentais ou de qualquer outra cultura, se atacam e desprezam o nosso modo de vida e cultura (felizmente em Portugal esta infâmia nunca cresceu), porque é que a resposta há-de ser de acordo com as nossas regras? Porque é que os filhos, mulheres e maridos, pais, irmãos e amigos destes animais estão a salvo de uma resposta na mesma medida, se é essa certeza que lhes dá força e motiva? Bem hajam os israelitas, que bem sabem para que é que compraram os F-16 e Apaches.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Três homens forçados a abandonar a Arábia Saudita por serem demasiado bonitos

In Público

Suponho que a notícia fala por si mesma, mas sobre os polícias que os identificaram, parece que ninguém diz nada. Uns gajos que andam por aí a dizer que outros são demasiado bonitos... Boiolas!

Reunião não apagou divergências entre PS e Governo

In Público

A Casa da Música organiza uma atividade na linha da "Música para bebés", que provavelmente também existe no resto do país. Aquilo no fundo é uma iniciação e partilha de momentos e experiências entre pais e filhos. Suponho que o Prof. Marcelo anda a dedicar-se a algo semelhante para políticos. No fim de semana lá foi dizendo que se o primeiro ministro continuar com esta estratégia escusa de ficar muito surpreendido com o resultado das eleições. Este, deve então ter pensado que seria genial convidar, agora, o PS a fazer parte da trapalhada. 

Bem, aparentemente o seguro não é brilhante, quer dizer, mediano, ou nem mesmo o mínimo exigível, mas também não se meteu na política ontem. Se o convidam a dialogar, faz o papel dele, que é o de aumentar ainda mais a clivagem. 

E sendo assim, suponho que ao PS só falta mesmo que, depois de se confirmar na economia real que a política de austeridade cega é a maior estupidez que alguma vez se implementou, também no plano científico a coisa seja totalmente describilizada. Governar vai ser um passeio, que até o seguro consegue dar, porque de repente vão aparecer outra vez mundos e fundos. 

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Desculpem qualquer coisinha

E agora que as coisas começam a apertar a sério, eis que o principal estudo de suporte à austeridade é descredibilizado em praça pública. Aparentemente, Kenneth Rogoff e Carmen Reinhart, os engraçadinhos que escreveram uma coisa que se chama Growth in time of debt, resolveram, vá-se lá saber porquê, excluir dos dados estatísticos que suportam o seu trabalho a Austrália, Bélgica, Áustria, Canadá e Dinamarca. Não contentes com isso, ainda atribuíram ponderações diferentes aos anos de crescimento com dívida sobre o PIB inferior a 90%, relativamente aos anos de depressão com dívida nas mesmas condições.

E é assim que a bíblia que tem dado suporte às políticas implementadas em Portugal, Grécia, Irlanda e até Espanha, cai por terra. Cai a bíblia, mas não o sofrimento dos austerizados. Note-se que um outro trabalho que também dava cobertura a estas políticas já tinha sido chutado para canto, desaparecendo assim o suporte científico para a alucinação, para alguns pesadelo, em que andamos metidos.

O engraçado, ou não, é que até aos olhos de qualquer desgraçado com a quarta classe era evidente que com a redução do investimento e emprego público, o rendimento disponível para o consumo iria diminuir, contraindo-se assim o consumo, consequentemente o emprego. Desta forma, se por um lado temos que a economia produz menos, diminuindo assim o PIB, também gera menos impostos para fazer face à despesa. Por outro, essa mesma contração gera desemprego, que tem de ser subsidiado por finanças públicas, aumentando o seu peso no orçamento do estado. Perante isto, só um imbecil é que acredita que uma fórmula matemática pode ter um segredo oculto, que por artes mágicas se vai revelar, resolvendo todos os problemas da economia por via de um reset.

Não quero com isto dizer que não seja necessário, digamos, esterilizar a função pública. É evidente que a sua estrutura e peso na economia do país é desproporcionada, mas há seguramente outras medidas a implementar no imediato, nomeadamente no que respeita a igualdade de direitos entre todos os portugueses, cuja implementação seria facilitada pelo momento político e económico. Sendo assim, venha o TGV e o novo aeroporto de lisboa. Lamentavelmente e no caminho, começo a achar que o Sócrates ainda vai parecer um visionário.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Das sociedades e das nações

À medida que o fim se aproxima, do dinheiro, entenda-se, vou-me dando a reflexões sobre a razão porque alguns povos prevalecem ou até prosperam e outros, particularmente o nosso, saltam de crise em crise, perdendo pelo caminho a autoestima, o orgulho nacional e o respeito das outras nações.

Existem povos a quem se dá uma instrução e os tipos executam-na infalivelmente, seja limpar o chão de uma sala, construir um automóvel de fiabilidade a toda a prova ou exterminar seis milhões de pessoas. Basta alguém que mande lá no sítio dar a ordem, que os tipos começam por definir a melhor forma de fazer e depois implementam aquilo religiosamente, sem as mínimas reservas. Faz-se porque alguém mandou e já que é para fazer, então que se faça bem, porque não estão para perder tempo com palermices. Aliás, é notória a sua falta de humor.

Temos os outros que o fazem quase por vocação ou missão. Aqueles que se encontram um problema num processo, param tudo até que a coisa fica esclarecida e consideram uma vergonha pessoal e do grupo produzir um resultado pior que óptimo. Talvez não por coincidência, são também aqueles a quem alguém diz “meta-se neste avião e atire-se contra aquele navio de guerra” e os tipos lá vão. Se falham, tratam de se suicidar imediatamente, que é para ninguém dizer que foi por falta de empenho.

Estranhamente, andam por aí outros que também se explodem por dá cá aquela palha, mas não têm o mesmo empenho para fazer seja o que for e vivem à conta da caridade dos povos irmãos. Eventualmente, são também os povos irmãos que os mantêm dependentes, mas isso são contas de outro rosário, ou lá o que é que os tipos seguram enquanto rezam.

Por fim, temo-nos a nós, o que começa a ser uma chatice, porque já nem nós temos paciência para nos aturar. Por aqui a coisa é diferente e obedece à resposta a três perguntas: o que é que eu tenho a ganhar com isso? Quem é que posso lixar no percurso? E, há maneira de o fazer sem me chatear? Vai daí ninguém, nos quer emprestar um tusto. É que é muito bonito dizer que a Alemanha é o que é porque o mundo lhe perdoou as dívidas de guerra, mas alguém acredita que eramos capazes de fazer o mesmo em iguais circunstâncias? Quanto tempo é que demoraríamos a meter-nos na mesma alhada se nos perdoassem a nossa dívida?

sábado, 13 de abril de 2013

Design industrial

O Porsche 911 fez cinquenta anos. O que está em primeiro plano, porque o outro, obviamente, é a última versão. A verdade é que os Porsches nem preenchem os meus sonhos, na rubrica "ai se eu tivesse dinheiro". Se por vezes considerei a hipótese de um dia ter uma coisa destas, foi sob a lógica de ser um carro com a qualidade alemã e sempre dar para usar todos os dias. De facto nem sequer é preciso gastar rios de dinheiro para comprar um. Uma entrevista do António Feio relembrou-me algo que já tinha ouvido há alguns anos no Top Gear, onde diziam que estes carros devem é comprar-se usados, porque com sorte encontram-se exemplares com cinco ou seis anos, pouquíssimos quilómetros e quase como novos. Na verdade nem tinha a intenção de discorrer sobre o carro propriamente dito, mas sim sobre a qualidade do bom design industrial. O sacana do carro tem cinquenta anos, conceptualmente está completamente atual e o modelo mais recente não consegue enganar ninguém, porque vê-se logo de onde veio. Nos bons produtos alemães isto acaba por acontecer frequentemente e é à custa disso que a Apple vem fazendo a sacanice, há quase dez anos, de explorar o design dos produtos que o Dieter Rams desenvolveu para a Braun nos anos 60 e 70.

Passos diz à troika que vai aproximar salários e leis laborais do público e privado

In Público

Mas isto ainda não está resolvido? A função pública passa a vida a queixar-se das injustiças e que estão a pagar a crise mas, vai-se a ver, a tabela salarial, o sistema de saúde e as pensões continuam superiores ao privado. É favor acabar com a palhaçada e começar o desmame, que isto agora já enjoa.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Quando é que o Seguro fala?

Se este gajo continua com esta estratégia de não dizer puto, mesmo quando abre a boca, vai conseguir o feito duvidoso de ganhar as próximas eleições sem maioria absoluta .

E já agora, sobre ganhar as eleições, não era mau alguém explicar-lhe que isto não é a mesma coisa que brincar às jotas e andar por aí a mandar bocas e a colar cartazes. Vai-se a ver e o tipo nem sabe que quem ganha as eleições tem de governar

domingo, 7 de abril de 2013

Notas breves sobre a comunicação do primeiro ministro

1. Teve principio, meio e fim. Foi conciso, pragmático e deixou claro para onde vai.

2. Que é basicamente para onde já queria ir quanto apareceu aquele relatório infeliz, supostamente, elaborado pelo FMI.

3. Sendo assim, a função pública está lixada. De caminho, lixa-se o resto do país, porque só não desmantelam qualquer empresa pública que dê dinheiro se não puderem.

4. É que volta e meia fico com a ligeira suspeita que o orçamento de estado foi desenhado para ver estas cláusulas chumbadas e aparecerem as alternativas que agora vão ser implementadas. É como dizer que a eletricidade vai subir doze porcento, para a malta ficar satisfeita se "só" subir seis.

5. Vamos lá a ver o que é que a oposição, obviamente estou a falar do sócrates, tem a dizer sobre o assunto.

6. Enquanto o partido com mais intenções de voto nas sondagens precisa de mais um dia para reagir. O acordão do tribunal constitucional foi divulgado na sexta-feira, o primeiro ministro já se reuniu com o presidente da república, fez um conselho de ministros extraordinário e dirigiu-se ao pais. O ps só na segunda feira fala. E são estes gajos que querem governar Portugal?

7. Por falar em governar Portugal. Volta e meia surge-me uma dúvida. Será que o PCP e o BE sabem como se faz um orçamento de estado? Não me estou a referir a questões ideológicas. A pergunta é, literalmente, como se faz?

sábado, 6 de abril de 2013

Seguro: "Estou disponível para substituir o Governo"

In Público

E nós agradecemos. Mas, já que está aí a falar, para fazer o quê? É que, e não me leve a mal por dizer isto, ainda ninguém o ouviu a apresentar nenhuma, uma que seja, solução para a trapalhada em que estamos metidos. 

Certamente compreenderá que isso, aliado ao facto de não lhe ser reconhecida qualquer competência ou capacidade para fazer seja o que for, nos deixa de pé atrás. De facto, e isto sou só eu a falar, se calhar preferia pagar-lhe para estar quieto. Sim, percebeu bem. Devia fazer-se uma sondagem para saber quantos portugueses estão disponíveis a pagar-lhe para não fazer nada. Quietinho num gabinete, a jogar Sudoku ou a fazer paciências, sem pôr as mãos nisto. Por isto entenda o país, que a situação é séria e tem de ser entregue a homenzinhos.

Bom, agora vá para ali brincar com os amiguinhos e deixe-nos em paz, que temos de trabalhar.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Escolhe-me a mim! Escolhe-me a mim! Diz o burro...

É lamentável que o poder jurídico se deixe enfeitiçar pelos quinze minutos de fama e também queira aparecer na televisão. Isso e que tenham precisado de três meses para analisar um orçamento de estado em vigor e determinante para o país.

Engraçado mesmo é os juízes terem demorado tanto para começar a fazer a apresentação do seu acordão, que os jornalistas se entretiveram a passar o tempo com comentários sobre as suas regalias. E é assim que descobrimos que estes gajos se podem reformar com quarenta anos, ao fim de dez anos de serviço. Enfim...

O Endireita #2

Afinal parece que não é magia ou qualquer espécie de clarividência. Pelos vistos, qualquer um pode afastar dois ossos que se estão inflamar mutuamente e ficar logo a sentir-se melhor. Foi o que o meu médico me disse enquanto passava a receita de Voltarem 75. Disse-me isso e para deixar de ser parvo.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Miguel Relvas sai do Governo e Crato vai anular-lhe a licenciatura

In Público

Deve ser chato ficar desempregado e sem habilitações literárias. Coitado, uma tragédia, cair assim desamparado sem ter onde se agarrar. Esperemos que não caia na droga ou, sei lá, na prostituição.

Propriedade intelectual


Eu utilizo as notícias do público como motivo para a maioria dos meus posts. Como já disse, não é que as leia, mas servem de pretexto para dizer o que me apetece, que na maior parte das vezes está claramente, digamos, desfazado da realidade. Há no entanto duas razões para não as ler. Uma é a preguiça, aliás o mesmo motivo porque não consulto mais jornais, a outra o facto do Público bloquear o acesso à maior parte delas, bem como às colunas de opinião.

E eu não tenho nada contra isso. Acho muito bem que defendam a sua propriedade intelectual conforme poderem e o  mercado aceitar. Não deixo é de estranhar o chico-espertismo português de por um lado bloquear o acesso aos seus conteúdos e por outro utilizar vídeos alheios, retirados do youtube ou de serviços noticiosos, para ilustrar as suas notícias. Tenho no entanto a leve suspeita que não iam achar grande piada se os canais de televisão começassem, literalmente, a copiar as suas notícias e as apresentassem nos seus sites. Enfim, nunca mais temos eleições...

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Seguro quer que BCE devolva lucros da compra de dívida soberana portuguesa

In Público

Não é que eu tivesse dúvidas ou qualquer esperança que este tipo conseguisse enganar-nos, nem que fosse só durante algum tempo, mas também não precisava de ser tão evidente na mediocridade e demagogia. Suponho que na próxima intervenção vai pedir que as empresas das parcerias público privadas devolvam o dinheiro que ganharam com os contratos.

Está bom de ver que é por esta e por outras que o Coelho e o Sócrates resolveram voltar a abrir a boca, não vá este gajo estragar o que lhes deu tanto trabalho a construir.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Coisas simples...


Afinal de contas onde começa e acaba o tempo e o espaço do universo? E antes e depois, o que é que há?