sexta-feira, 12 de outubro de 2012

O Portugal profundo


Se quiserem viajar no tempo, sem ter de gramar com a estopada da série "Conta-me como foi" (eu sei que o Miguel Guilherme tem de comer, mas fod*-**), dirijam-se a Santarém no princípio de junho e passem perto da Feira Nacional de Agricultura.

Para quem for pela A1, ainda antes de Santarém é bem provável que já estranhem ver a circular tantos Datsuns 1200, Renaults 5, Peugeots 504 e Citroëns CX, do final da década de 70 e em estado imaculado. Depois há as imediações do Centro de Exposições, onde para além dos carros, encontramos os proprietários, vestidos com os melhores fatos (adquiridos no ano em que compraram os carros), complementados com penteados de época. Com sorte, a encenação é completa e encontram casais, acompanhados dos respetivos petizes, sentados debaixo de uma árvore com o tacho do cozido no fogareiro  Campingaz e um garrafão de tinto (daqueles com plástico branco a imitar palhinha) já meio"entornado". 

No fundo, a coisa é uma das peregrinações anuais do "Portugal Profundo" (sobre a senhora que pairava sobre as árvores e o efeito do álcool em menores de dez anos falamos depois) e acaba numa espécie de reconstituição histórica do pós 25 de abril, assim ao jeito das feiras medievais.

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