segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Futebol #2

Há uns posts atrás informei que não ligava puto a futebol. E confirmo, não ligo mesmo nada. Dou tanta importância à coisa que, sendo Portista, achava um piadão que o Braga ganhasse um campeonato. O mesmo já não digo relativamente ao Benfica, que quero mesmo é que se f*** todo, seja qual for a competição.

A questão nem é clubística, no sentido tribal da coisa, mas mais cultural. Tira-me do sério as constantes acusações de que o jogo está viciado e que são uns desgraçados e assim não brincam mais. São uns desgraçados porque são piores do que o FCP a "dobrar" as regras. No fundo são incompetentes, o que é uma maçada, mas pelo menos podiam poupar-se à vergonha pública de o dizer em voz alta. Ou alguém acredita que o SLB e o SCP (ou para esse efeito, qualquer clube, em qualquer desporto e divisão) não "dobram" as regras?

Também sei que o "povo" não tem a culpa toda. Isto dos "problemas" do futebol é alimentado por uma imprensa (3 jornais desportivos?) que não sobreviveria se só dissesse "o jogo foi porreiro". No final de um Porto vs Benfica, em que o primeiro ganhou e como habitualmente houve controvérsia sobre foras de jogo, penaltis, golos anulados, altura da relva, espessura das linhas..., lá tentaram instigar a confusão e perguntaram ao Mozer se o Benfica tinha sido prejudicado. A resposta foi lacónica e qualquer coisa do género, que era irrelevante e que o Benfica tinha era de ter marcado mais golos que o Porto. A verdade é que com as tangas sobre a arbitragem e sei lá mais o quê, a malta do Sul "desnorteou-se" e, adaptando uma expressão americana, tirou os olhos da bola. É que isto é tudo muito bonito, mas se os onze que estão lá dentro não marcarem golos, nem que sejam penaltis roubados, a coisa não funciona e ainda não dá para mudar o marcador de outra forma.

O chato é que para isso, para além de todo o restante folclore, é preciso bons jogadores, treinadores, infraestruturas, equipa dirigente, financiamento, criar uma cultura e, acima de tudo (literalmente), um presidente que perceba de futebol. E isso meus amigos, é coisa que não tem aparecido por Lisboa. Eu sei que o FCP parece uma "família" ao estilo d'O Padrinho, mas a verdade é que a coisa resulta, porque  é mesmo preciso criar laços de respeito, amizade, dever e fidelidade. Isto de estourar dinheiro em jogadores  e treinadores (o Sá Pinto é treinador? Quantas épocas é que um treinador pode estar sem ganhar até ser dispensado?) não chega se não acreditarem que o clube está primeiro, o que no Porto se ensina mal saem do avião, porque levam logo dois carolos se começam a falar na primeira pessoa e não na equipa (o Jardel era meio analfabeto e falava na terceira pessoa porque era o máximo que conseguia conjugar). A história diz que se honrarem o clube, o clube vai corresponder na justa medida. Nem mais, nem menos.

E é assim que até o Vítor Pereira pode dizer que é campeão nacional (p*** que pariu isto da mística)!

2 comentários:

Sílvia disse...

Completamente de acordo em tudo! Até no 1º parágrafo... acho que nenhum Portista se importava que o Braga fosse campeão!
O pessoal queria era um Pinto da Costa, que também ganha o dele à custa do clube, mas põe o clube à frente de tudo e quem manda é ele e não os empresários que querem promover os seus jogadores. Nos outros clubes quem manda é o dinheiro, no Porto é o amor à camisola (pelo menos enquanto ele lá esiver).

RCA disse...

Bem, também não digo que será só o amor à camisola. Por vezes, também deve ser só o respeitinho, mas tudo bem.